Holding Clube: Qual é a sua formação?
Tati Wong: Sou formada em Comunicação Social pela UFRJ, me especializei em marketing, inteligência emocional e multifocal voltada para gestão de pessoas. Hoje faço um MBA na USP em gestão de negócios, mas também já me aventurei em Psicodrama, porque minha mãe é psicóloga e eu amava participar das atividades dela.
HC: Como começou sua trajetória profissional e quais foram os caminhos que te levaram até a Holding Clube?
TW: Meu começo profissional foi engraçado, porque eu não sabia se queria estudar Geologia ou Comunicação, na dúvida acabei experimentando um pouco de cada coisa e descobri que meu caminho era realmente pela comunicação. No fim da graduação passei um tempo na Inglaterra e na França e na volta um amigo me convidou para organizar o lançamento da produtora que ele havia acabado de abrir.
Foi aí que começou minha história como produtora de eventos. A namorada desse amigo me indicou para outros trabalhos, passei pela Bienal do Livro do Rio de Janeiro, pelo Comitê Olímpico na época do Panamericano, e através desses trabalhos eu fui indicada para trabalhar na Super Casas Bahia, que eram 50 dias de loja montada no Anhembi.
Foi aí que começou minha história dentro da Holding Clube, mais especificamente no Banco de Eventos, que era a produtora que colocava de pé esse evento gigante das Casas Bahia. Passei por muitas áreas, até que um dia a agência ganhou um grande projeto de Relacionamento e me convidaram para atuar como Produtora Executiva.
Essa foi a grande virada na minha trajetória profissional, porque é uma área completamente diferente da que eu já estava acostumada, passei a lidar com KPIs, relatórios de performance, business plan, estudos de premiação, execução de planogramas e ações promocionais. Eu costumo brincar que sou BI raiz, porque aprendi a interpretar os números antes de chamarmos BI de BI! Passamos 8 anos com essa conta, que era a Unilever, dentro do Banco de Eventos, com uma equipe gerida por mim com e que chegou a ter 30 pessoas no escritório e quase 200 em campo. Nesse projeto tínhamos uma relação muito próxima do cliente e dos objetivos da companhia e isso enriqueceu muito a nossa forma de olhar pro negócio e ter uma atuação estratégica junto ao cliente. Vários outros projetos nessa área surgiram até que em 2018 a diretoria da Holding Clube decidiu criar uma empresa para atender toda essa demanda, e assim surgiu a Roda.
HC: Alinhado a isso, quais foram suas principais inspirações pessoais e profissionais para seguir na área que atua?
TW: Eu sempre fui muito curiosa e quis entender o que fugia do óbvio pra mim, sempre gostei muito de fazer coisas novas. Então o que me motiva profissional e pessoalmente é sempre superar uma barreira, principalmente daquilo que não tenho muito conhecimento, que me instiga. E nesse sentido, cada projeto que trabalhamos é uma oportunidade de conhecermos um pouco melhor o segmento dos nossos clientes, e o desafio de criar estratégias personalizadas para contribuir com os objetivos do cliente me encanta diariamente.
HC: Como é o seu dia a dia na empresa? Quantas pessoas atuam na RODA hoje?
TW: Eu comando a empresa como um todo, hoje somos em 40 pessoas. Temos os heads de cada uma das áreas trabalhando em conjunto com suas equipes e os líderes de contas. Existe uma troca muito intensa entre todos, num processo integrado e colaborativo. Eu tenho muito orgulho do meu time, são pessoas com excelentes qualidades individuais e que crescem ainda mais no trabalho em equipe. Ao longo do tempo, construímos uma cultura da solução em que as diferentes especialidades se apoiam focando no resultado final.
HC: Como você enxerga o seu tipo de gestão frente a marca? Ocupando uma posição de liderança, como você inspira seu time e promove maior equidade dentro do quadro de colaboradores?
TW: Acredito muito que uma gestão colaborativa é o caminho mais acertado para o sucesso de qualquer empresa. Todo mundo quer ser ouvido, sentir que está contribuindo, fazer parte das conquistas de onde escolheu trabalhar, aprender coisas novas, se aperfeiçoar naquilo que já faz bem. Por isso, gosto de observar o que cada pessoa do time tem como suas melhores qualidades, incentivo que o time reconheça essas qualidades e naturalmente cada um vai incorporando para si um pouco delas também. Todos são estimulados a dar a sua opinião e externar seus pontos de vista. Obviamente que por características pessoais algumas pessoas são mais participativas do que outras, mas isso faz girar um círculo virtuoso de trocas e aprendizados que é benéfico individualmente, para o time e para a empresa.
HC: Para você, o que é liderança nos dias de hoje? Quais dicas pode dar para outros líderes?
TW: Para mim, liderança é sobre como eu posso estimular a minha equipe a entregar o seu melhor a cada desafio. Parto do princípio que ninguém acorda para ir trabalhar pensando “hoje eu vou fazer tudo errado!!” As pessoas têm dentro de si um potencial para tomar as decisões adequadas, às vezes falta a ferramenta, às vezes falta experiência e às vezes falta só autoconfiança, e aí você precisa entender dentro do seu time quais são os perfis e o que eles precisam para expandir o seu potencial. Eu não tenho todas as respostas, mas acredito na capacidade que temos de construir as coisas juntos, em equipe, debatendo e avaliando diferentes perspectivas. Acho que a minha dica é escutar mais do que falar, dar autonomia e saber delegar.
HC: Como você enxerga sua atuação e o mercado?
TW: Eu estou sempre querendo algo a mais do que eu já estou fazendo agora, e penso muito nisso principalmente neste período agora de planejamento. O nosso mercado vem crescendo cada vez mais, novas tecnologias vêm surgindo nos permitindo extrapolar nossa atuação. Estamos olhando para algumas oportunidades bem disruptivas para o médio e longo prazo. O céu é o limite! Vamos gerar mais valor para a Roda e nossos clientes.
HC: Agora deixando a diretora executiva de lado, se é que isso é possível, o que você faz nas horas livres?
TW: Um amigo fez meu mapa astral que dizia algo parecido com “é o trabalho que te faz crescer, mas é a família que te faz ficar de pé”. Nas minhas horas vagas, estou com a minha família planejando viagens, maratonando alguma série, jogando jogo de tabuleiro ou montando quebra cabeças.